FMI critica valorização de 98% dos imóveis no Brasil

11 de Outubro de 2012

País está entre as quatro economias mais sensíveis ao cenário externo

 

São Paulo. Em seu Relatório de Estabilidade Financeira Global deste mês de outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) mostra preocupação com a alta de preços imobiliários de alguns países, principalmente no Brasil. Segundo a instituição, entre 2006 e 2011, o preço médio do imóvel no Brasil subiu 98%.

Em comparação a outros países como China, Coreia, Hong Kong e México, o Brasil foi o que atingiu a maior alta dos últimos seis anos. "Os preços desaceleraram em países como Índia, em meio a esforços para evitar riscos de bolha, mas as valorizações ainda permanecem elevadas", afirmou o relatório.

Os números de empréstimos inadimplentes do Brasil também é alto e preocupa o FMI. Em comparação aos anos 2008, 2010 e 2011, o país está atrás apenas da África do Sul. O FMI diz que a experiência internacional tem mostrado que o crescimento da oferta excessiva de crédito, de maneira rápida, juntamente com a regulação frouxa do mercado, "pode precipitar crises financeiras, mesmo quando o crédito começa por uma taxa baixa" - onde exatamente se enquadra o caso brasileiro.

O relatório lembra que foi o mercado imobiliário que estourou a crise de 2008 por causa da bolha dos Estados Unidos, que levou a quebra do banco Lemon Brothers.

O FMI coloca o Brasil entre as economias emergentes mais sensíveis a uma eventual piora da crise europeia. Em uma escala de 24 economias emergentes, o Brasil está entre os quatro mais sensíveis, atrás somente da Bulgária, Polônia e Hungria, todos os três do leste europeu. Na ponta inversa, Hong Kong, Tailândia, Indonésia e Vietnã são considerados os menos "sensíveis".

 

 
Risco de calote
Agência diminui nota de crédito da Espanha
Nova York, EUA. A Standard & Poor´s Ratings Services anunciou ontem o rebaixamento do rating de longo prazo da Espanha para BBB- de BBB+ e o de curto prazo para A-3 de A-2, e manteve a perspectiva negativa. De acordo com a S&P, o rebaixamento "reflete nossa visão de aumento dos riscos para as finanças públicas da Espanha devido ao crescimento das pressões econômicas e políticas". Segundo a agência, as respostas do governo provavelmente serão reduzidas pelo aprofundamento na recessão econômica, o que pode levar a um aumento no descontentamento social e nas tensões entre o governo central e os governos regionais.

Na visão da S&P, a capacidade das instituições políticas na Espanha de lidar com os desafios sérios impostos pelo atual ambiente econômico e a crise financeira está diminuindo, uma das razões que provocou a revisão do rating de crédito soberano do país.

Com a aproximação das eleições locais e com vários governos regionais enfrentando dificuldades financeiras significativas, as tensões entre os governo regionais e central estão crescendo, levando a uma diluição insustentável das decisões políticas.
Fonte: O TEMPO

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