FMI critica valorização de 98% dos imóveis no Brasil
País está entre as quatro economias mais sensíveis ao cenário externo
São Paulo. Em seu Relatório de Estabilidade Financeira Global deste mês de outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) mostra preocupação com a alta de preços imobiliários de alguns países, principalmente no Brasil. Segundo a instituição, entre 2006 e 2011, o preço médio do imóvel no Brasil subiu 98%.
Em comparação a outros países como China, Coreia, Hong Kong e México, o Brasil foi o que atingiu a maior alta dos últimos seis anos. "Os preços desaceleraram em países como Índia, em meio a esforços para evitar riscos de bolha, mas as valorizações ainda permanecem elevadas", afirmou o relatório.
Os números de empréstimos inadimplentes do Brasil também é alto e preocupa o FMI. Em comparação aos anos 2008, 2010 e 2011, o país está atrás apenas da África do Sul. O FMI diz que a experiência internacional tem mostrado que o crescimento da oferta excessiva de crédito, de maneira rápida, juntamente com a regulação frouxa do mercado, "pode precipitar crises financeiras, mesmo quando o crédito começa por uma taxa baixa" - onde exatamente se enquadra o caso brasileiro.
O relatório lembra que foi o mercado imobiliário que estourou a crise de 2008 por causa da bolha dos Estados Unidos, que levou a quebra do banco Lemon Brothers.
O FMI coloca o Brasil entre as economias emergentes mais sensíveis a uma eventual piora da crise europeia. Em uma escala de 24 economias emergentes, o Brasil está entre os quatro mais sensíveis, atrás somente da Bulgária, Polônia e Hungria, todos os três do leste europeu. Na ponta inversa, Hong Kong, Tailândia, Indonésia e Vietnã são considerados os menos "sensíveis".
Na visão da S&P, a capacidade das instituições políticas na Espanha de lidar com os desafios sérios impostos pelo atual ambiente econômico e a crise financeira está diminuindo, uma das razões que provocou a revisão do rating de crédito soberano do país.
Com a aproximação das eleições locais e com vários governos regionais enfrentando dificuldades financeiras significativas, as tensões entre os governo regionais e central estão crescendo, levando a uma diluição insustentável das decisões políticas.